A Igreja Católica rejeitou formalmente uma “doutrina da descoberta” do século XV usada para justificar a colonização europeia da África e das Américas.
Política e Sociedade Abril 1, 2023
A doutrina, que se baseava em decretos das chamadas “bulas papais”, era invocado legalmente pelos europeus que “descobriam” novas terras e muitas vezes as arrebatavam violentamente aos indígenas.
Mas num comunicado, o Vaticano disse que a doutrina "não faz parte do ensinamento da Igreja Católica", mesmo que ainda informe as actuais políticas e leis do Estado.
“A pesquisa histórica demonstra claramente que os documentos papais em questão, escritos num período histórico específico e ligados à questões políticas, nunca foram considerados expressões da fé católica”, afirmou.
O Vaticano disse que a Igreja Católica reconhece que os decretos papais não reflectiam a “igual dignidade e direitos dos povos indígenas”.
Disse estar ciente de que os documentos foram manipulados para fins políticos pelas potências coloniais para justificar “actos imorais, às vezes feito sem oposição das autoridades eclesiásticas”.
“É justo reconhecer esses erros, reconhecer os terríveis efeitos das políticas de assimilação e a dor vivida pelos povos indígenas e pedir perdão”, afirmou.
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