O Chefe de Estado senegalês e presidente rotativo da União Africana (UA), Macky Sall, descreveu a crise alimentar mundial que afecta África como algo “da maior urgência”, defendendo o fim da dependência alimentar do continente.
Economia e Desenvolvimento Fevereiro 3, 2023
"É evidente que esta prioridade se tornou um assunto da maior urgência, uma vez que os nossos países estão a experimentar toda a força das alterações climáticas, a pandemia da Covid-19 e uma grande guerra (Rússia-Ucrânia)”, disse Sall no seu discurso de abertura na Cimeira Africana da Alimentação de Dacar 2, realizada em Diamniadio, uma cidade em construção a cerca de 36 quilómetros da capital senegalesa.
"Se acrescentarmos a escassez de fertilizantes e o aumento dos preços (...), esta crise sem precedentes desafia-nos sobre a urgência de o nosso continente acabar com a sua dependência alimentar do mundo exterior”, acrescentou. Durante o seu discurso, Sall salientou que "a África deve aprender a alimentar-se a si própria e a contribuir para alimentar o mundo”.
A este respeito, recordou o potencial agrícola do continente africano, com mais de 65% das terras aráveis inexploradas do mundo. "É o paradoxo de um continente que continua a importar a maior parte dos seus produtos alimentares”, advertiu.
Sall recordou o "compromisso voluntário” exigido na sequência do acordo dos Chefes de Estado e de Governo africanos na Declaração de Maputo de Julho de 2003, de consagrar pelo menos 10% do orçamento nacional ao sector agrícola.
Por seu lado, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, sublinhou a necessidade de se concentrar na transformação do sistema alimentar no continente africano.
"A transformação do sistema alimentar é fundamental para aliviar a pobreza, promover a segurança alimentar, o desenvolvimento sustentável e criar empregos produtivos, especialmente para mulheres e jovens”, disse Guterres através de uma declaração lida por um porta-voz da ONU.
Guterres apelou à "plena implementação da Área de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA), com o seu enorme potencial para aumentar a produtividade agrícola, criar cadeias de valor agrícola e expandir o comércio, incluindo o comércio intra-africano”.
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