Um relatório da Agência de Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA) aponta que a população negra na Europa "enfrenta dificuldades inaceitáveis em questões de moradia e emprego, devido à cor da pele”.
Política e Sociedade Junho 12, 2023
O documento "Ser negro na UE" também menciona que o assédio racial contra a população negra na UE continua a ser uma ocorrência quotidiana.
"Cerca de um quarto da população negra já foi vítima de discriminação racial no trabalho ou na procura de trabalho. Os jovens negros são especialmente vulneráveis. Em alguns países, até 76% dos negros não trabalhavam, não estudavam ou frequentavam qualquer curso de formação, face a 8% da população em geral", aponta o relatório.
No caso do assédio racial, 30% dos negros foi vítima nos últimos cinco anos e 5% sofreu lesões corporais.
O relatório pede aos Estados-membros da UE que formulem medidas específicas para combater a discriminação, como auditorias de diversidade no local de trabalho e campanhas de recrutamento do sector público entre a população negra.
Sobre a questão da habitação, 14% viu negado o acesso ao arrendamento de casa pelos proprietários do sector privado por causa da cor preta, sendo que apenas 15% tem casa própria, contra 70% da população em geral da UE.
Além disso, 45% vive em habitações superlotadas, em comparação com 17% da população em geral.
A definição de perfis discriminatórios na intercepção policial também é problemática: 24% de negro foi interceptada pela polícia nos últimos cinco anos. Destes, 41% considerou que a interceptação constituía uma definição de discriminação racial, o que prejudica a confiança nas forças policiais e nas relações com a comunidade.
Michael O'Flaherty, o director da FRA, afirma ser indesculpável que no século 21 haja lugar para a discriminação racial.
Infelizmente, “a população negra na UE continua a ser vítima de níveis generalizados e inaceitáveis de discriminação e assédio simplesmente por causa da cor da sua pele”, lamenta Michael O'Flaherty, antigo Professor Titular de Direito dos Direitos Humanos e Director do Centro Irlandês de Direitos Humanos da Universidade Nacional da Irlanda.
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