Durante a conferência internacional sobre mineração e energia, Nyusi disse que o acesso à electricidade na África subsaariana ainda é muito fraco. Metade da população não tem energia eléctrica em casa, e os que têm consomem quantidades muito pequenas.
Referiu que os países africanos, entre os quais Moçambique, estão a produzir gás natural, mas principalmente para exportação.
“Esta visão, apenas orientada para o mercado de exportação, desvia a nossa atenção de duas situações que o sector energético enfrenta no nosso continente e na região da SADC”, disse Nyusi.
“A primeira é o facto de quase 45 por cento da população da África subsariana, mais ou menos 950 milhões de pessoas, não terem acesso a electricidade nas suas casas. O consumo per capita, excluindo a África do Sul, é estimado em 185 quilowatts/hora por ano, em comparação com 6.500 quilowatts/hora por ano na Europa e 12.000 quilowatts/hora na América”.
Observou que cerca de 80 por cento da electricidade consumida na África subsaariana vem da energia hidroeléctrica.
Para reduzir a dependência da produção de energia através da água, fonte associada a vários riscos climáticos, Nyusi disse que o gás natural pode desempenhar um papel muito importante. Mas para o gás, a dificuldade é o financiamento.
“Nos últimos 10 anos (até 2021), cerca de dois terços da nova geração de electricidade veio de usinas termoeléctricas a gás, que ofereceram maior flexibilidade e estabilidade diante das incertezas decorrentes das mudanças climáticas, sendo, portanto, benéficas para o continente africano”. disse Nyusi.
