"Não é tarde demais para este projecto", de acordo com o historiador tanzaniano Philemon Mtoi. "É o momento certo para se reconectar, reconciliar as pessoas e construir um futuro comum".
Mtoi diz que os líderes da Alemanha devem abordar a tarefa de forma crítica e pensar cuidadosamente sobre como trazer os objectos de volta, pedindo para que os seus gestos sejam “autênticos”.
Para Katja Keul, ministra de Estado da Alemanha no Ministério dos Negócios Estrangeiros, “não se sabe suficientemente o que aconteceu, tanto na Tanzânia como na Alemanha”.
Porém, o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha e a Fundação do Patrimônio Cultural da Prússia em Berlim querem que os restos mortais sejam devolvidos à Tanzânia ou enterrados em local apropriado.
A fundação assumiu a grande colecção de restos humanos do Charité Medical History Museum em 2011, de acordo com seu presidente, Hermann Parzinger, adiantando que “todo o inventário de restos saqueados deve ser devolvido”.
“Havia uma obrigação de recolha de informações com antecedência a fim de determinar a origem exacta dos ossos com a maior precisão possível. Algumas informações foram mantidas em arquivos nos países da África Oriental”, disse.
Além da devolução das ossadas, países da África Oriental, como é o caso da Tanzânia, vão aumentando a pressão sobre o governo alemão para que assuma a responsabilidade pelas atrocidades da era colonial alemã.
No início de 2020, o embaixador da Tanzânia em Berlim, Abdallah Possi, pediu ao governo alemão que "negociasse reparações" por esses crimes.
O governo da Tanzânia prepara-se para trabalhar em conjunto com o governo alemão e criou um jantar especial para o efeito, segundo Said Othman Yakubu, secretário permanente do Ministério da Cultura, Artes e Desportos da Tanzânia.
