Buckingham rejeita devolução dos restos mortais de príncipe etíope

O Palácio real britânico recusou um pedido para devolver os restos mortais de um príncipe etíope levado à força em Junho de 1868, depois de raptado numa batalha militar colonial britânica contra o povo e exército etíopes.

 Política e Sociedade   Maio 24, 2023

Buckingham rejeita devolução dos restos mortais de príncipe etíope

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Levado com a sua mãe, que morreu durante a viagem forçada para Londres, o príncipe Alemayehu acabou por perecer 11 anos depois, por doença, aos 18 anos, tendo sido enterrado no Castelo de Windsor no século XIX.

Pela segunda vez em duas décadas, a sua família solicitou a devolução "incondicional" à Etiópia dos seus restos mortais, recusados pelo Palácio de Buckingham, alegando que a remoção dos restos mortais do príncipe etíope "poderia impactar outros enterrados nas catacumbas da Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor".

"Não queremos que ele permaneça num país estrangeiro", diz a família,  acrescentando que o príncipe "teve uma vida triste".

"Quando pensamos nele, choramos. Se concordarem em devolver os seus restos mortais, é como se voltasse vivo para casa", argumentara amarguradamente a família.

Como tudo aconteceu?

Em 1862, o pai do príncipe, o imperador Tewodros II, escreveu à rainha Vitória buscando uma aliança entre o Reino Unido e a Etiópia.

Mas a rainha nunca respondeu aos seus pedidos, o que irritou o imperador e resultou na decisão dele de manter alguns europeus, incluindo alguns do cônsul britânico, como reféns.

Tropas britânicas e indianas então lançaram uma expedição militar para resgatá-los, recrutando cerca de 13.000 soldados.

As tropas sitiaram a fortaleza de Tewodros em Maqdala, no norte da Etiópia, em 1868, e logo derrubaram as defesas, o que fez o imperador decidir tirar a própria vida.

Após a batalha, os britânicos roubaram milhares de artefactos, incluindo manuscritos, colares, coroas de ouro e vestidos – e levaram o filho e a esposa do imperador.

O jovem príncipe chegou mais tarde à Inglaterra em Junho de 1868, após a morte de sua mãe e de seu pai, e a rainha Vitória ficou comovida com sua história, decidindo apoiá-lo financeiramente, bem como atribuir-lhe a guarda do capitão Tristan Charles Sawyer Speedy, que acompanhou a viagem do príncipe da Etiópia para a Inglaterra.

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